Zé Caipora, de Angelo Agostini. |
Em 30 de janeiro de 1869 surgia, então, a primeira história em quadrinhos brasileira: era As Aventuras de Nhô Quim. Publicada pela revista Vida Fluminense, do Rio de Janeiro, a história contava, em episódios, as desventuras de um homem simples do interior do Brasil. O primeiro capítulo possuía 20 imagens em páginas duplas e chamava-se “De Minas ao Rio de Janeiro”.
Agostini produziu, sem periodicidade certa, nove capítulos das aventuras de Nhô Quim. Dois anos depois da publicação de seu nono episódio, a história foi continuada pelo cartunista Cândido Aragonês de Faria, que publicou mais cinco capítulos do personagem. Em 1883, o Agostini deu início à sua segunda série, As Aventuras de Zé Caipora, publicada na Revista Illustrada.
Recentemente, o Senado Federal lançou um álbum de luxo, organizado pelo jornalista Athos Eichler Cardoso, que republica as aventuras dos dois personagens e mostra às novas gerações o traço afiado de Agostini, e como ele conseguiu, por meio deles, captar a vida política e do povo de sua época.
E no mesmo ano da publicação de Little Nemo nos Estados Unidos, surge no Brasil a revista O Tico-Tico. Idealizada por Manuel Bonfim e Renato de Castro, a revista possuía uma tiragem inicial de 27 mil exemplares e foi publicada até o fim dos anos 1950. No começo, a maioria do material de suas páginas era franco-americano, que foi sendo substituído ao longo do tempo por trabalhos de artistas nacionais, quadrinizados ou não. Passaram por suas páginas artistas como Alfredo Storni, Cícero Valladares, Nino Borges e J. Carlos, que contribuíram para que a revista trouxesse sempre informações históricas, folclóricas e geográficas de nosso país.
A revista, ainda assim, publicava material estrangeiro como As Aventuras do Gato Maluco (de Herriman), As Aventuras do Ratinho Curioso (na verdade, Mickey Mouse), As Aventuras do Gato Félix e As Aventuras de Chiquita (a francesa Bécassine). Mas o personagem símbolo de O Tico-Tico viria a ser Chiquinho, que na verdade era o personagem norte-americano Buster Brown, lançado por R.F. Outcault em 1902. Mas se os desenhos eram decalcados diretamente do suplemento original onde era publicado, o cartunista Luís Gomes Loureiro procurava adaptar as histórias à realidade brasileira, o que culminou na inclusão de um personagem inexistente na série americana: o negro Benjamim.
O Tico-Tico, de 1905. |
Em 2005, comemorando o centenário de O Tico-Tico, a editora Opera Graphica lançou um livro com artigos sobre a revista, assinados por diversos especialistas em histórias em quadrinhos, como Álvaro de Moya e Sonia M. Bibe Luyten.
Edição Comemorativa de 100 anos de O Tico-Tico. |
Fonte: hqmaniacs.uol.com.br
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